Manual : Como Criar Uma Tática[/font]
Como criar uma táctica?
Quando se cria uma táctica uma das mais importantes perguntas que têm que fazer a vocês mesmos é, que tipo de jogo pretendo definir? Umas pessoas gostam de jogar em constante contra-ataque e esperar na retranca pelo erro adversário, conseguindo assim jogos com poucos percalços e às vezes goleadas consideradas impossíveis. Outras gostam mais de dominar o jogo, com temporização lenta e passe curto, gostam de utilizar a técnica pura dos seus médios para criar desequilíbrios na área adversária e assim construir jogadas de excelente recorte técnico. Há ainda aqueles que gostam do futebol bonito, mais à inglesa, futebol directo de pé para pé, centrado nos avançados, que invariavelmente têm que saber finalizar mas acima de tudo têm que ter muita predisposição física para correrem a toda a extensão da linha atacante. Existem mais tipos de jogo, mas estes são os mais conhecidos e também os que melhores resultados dão.
Seguidamente apresento um modo diferente de percepcionar as questões técnico-tácticas inerentes a cada estilo de jogo.
O que fazer? Como ganhar?
Como dizem muitos treinadores conhecidos, deve-se pensar jogo a jogo e nunca utilizar sempre a mesma opção táctica com o risco de se cair no conformismo e criar situações de desvantagem com o adversário a conhecer a nossa estratégia.
O FM não é diferente nesse aspecto. Na versão 2007 do nosso manager predilecto a IA (inteligência artificial ou engenho mental) do jogo chegou a um estágio superior de evolução. Onde antes falhava em momentos cruciais, agora consegue percepcionar ao pormenor todas as questões que giram à volta do jogo.
Para sermos bem sucedidos nos “nossos saves” de FM, necessitamos de conhecer um pouco como funciona a IA do jogo. Para isso não basta fazermos uns jogos com aquela táctica sacada, ou pedirmos ao adjunto para fazer a equipa todas as semanas, ou ainda pedir àquele amigo umas dicas para melhor jogar. É isto que quero que entendam, porque este manual que criei não vem para ser o milagre da santinha, nem tão pouco pretende ser a Bíblia de todos os novos jogadores de FM, pretende isso sim, ajudar todos aqueles que por uma ou outra razão raramente conseguem criar uma táctica decente ou nem tão pouco conseguem perceber as questões tácticas mais simples. Para ganharmos estaleca de manager, precisamos de compreender cada pormenor que envolve a criação de uma táctica. Pegando num exemplo simples, eu gosto particularmente de criar tácticas com 3 defesas porque sou adepto do futebol vistoso da Holanda e idolatrei os sistemas tácticos do passado. Sendo assim ao iniciar um novo save, construo uma táctica base tendo em conta o clube e a situação onde me encontro. A primeira coisa a fazer é pegar numa das tácticas base do FM e ir ao longo do tempo mudando as instruções de modo a que se adeqúem ao estilo que pretendemos.
Para conseguirmos ganhar jogos e principalmente ganhar títulos precisamos de construir mais do que uma táctica base, porque se jogarmos contra uma equipa fraquinha que joga no contra-ataque, não vamos querer jogar à defensiva, à espera do erro adversário, pois esse é o jogo que a IA quer que nós façamos. Como também ao jogarmos contra uma equipa muito forte não vamos querer jogar sempre ao ataque, com futebol rápido e sem cessar, ou vamos ver-nos numa situação de desvantagem.
Seguidamente vamos estudar todos os aspectos inerentes às tácticas e vamos também ver como se pode alternar um sistema defensivo com um sistema atacante.
Primeiras Considerações:
Mentalidade
Na minha opinião é o aspecto mais importante aquando de criar uma táctica, pois é esta instrução que define como todos os jogadores da equipa vão “pensar” o jogo. Como em todas as situações, deve haver um balanço positivo entre o pior e o melhor, ou neste caso entre a mentalidade ofensiva e a defensiva. Não podemos esquecer que se damos uma mentalidade defensiva a toda a equipa esta vai jogar sempre muito à defesa, vai criar muito poucas oportunidades e sempre que possível vai ter muitos jogadores atrás da linha da bola. Tão verdade como se instruirmos mentalidade ofensiva a toda a equipa esta vai invariavelmente sofrer muitos golos estapafúrdios porque quase todos os jogadores têm tendência a subir na altura de criar situações de perigo. Uma coisa que temos de ter em conta quando damos instruções de mentalidade à equipa é tentar perceber a quem dar essa mesma instrução. Por exemplo, se queremos ter uma equipa normalmente ao ataque, podemos meter mentalidade ofensiva (1,2,3,4 ou 5 onde estes números equivalem à intensidade da mentalidade) de nível 2, mas tendo em atenção que por exemplo nas instruções individuais devemos dar aos defesas e médio defensivo uma mentalidade “normal” ou “defensiva” para encontrarmos aquele equilíbrio entre as zonas do terreno.
Liberdade Criativa
Este é um daqueles aspectos “self-explanatory” (explicam-se a eles mesmo), porque a liberdade criativa é mesmo o que se lê, é a liberdade que se pretende dar aos jogadores na táctica que estamos a criar. Se damos muita liberdade a todos os jogadores estes vão-se perder normalmente em jogadas inócuas e vão descurar o aprumo táctico. Mas também acontece o reverso da medalha, pois ao darmos pouca liberdade a todos os jogadores vamos estar a criar uma mentalidade do “se não fintas eu também não finto” e todas as jogadas vão acabar por ser muito “mastigadas” e muito denunciadas o que leva a uma quase nula acção ofensiva, e mesmo quando se chega à área contrária os lances vão ser quase sempre ganhos pela defesa contrária a não ser que tenhamos na equipa Va Va Vooms e Van Nistelrooys.
Que fazer então? Ao começar uma nova táctica deve-se ter em conta os jogadores que vão fazer parte dela, pois não vamos querer dar muita liberdade a um palonço que nem 10 tem de criatividade certo? Bom começando pelo mais simples deve-se filtrar o plantel por criatividade e depois separarmos aqueles que pensamos terem qualidade para o 11 inicial e aqueles que vão ser suplentes.
Numa táctica “só” devemos dar muita liberdade criativa a três ou quatro jogadores para que a equipa mantenha a coesão táctica e não parta em situações de fintas maradas e que raramente dão nalguma coisa. Se se joga com dois extremos bem abertos pode-se dar liberdade criativa grande porque estes vão querer jogar ao ataque, fintar e cruzar para o(s) avançado(s) e vão também querer iludir os adversários com jogadas astutas e plenas de abuso técnico.
Na minha opinião se jogam com 4 elementos mais avançados, deve-se dar liberdade a três desses jogadores e manter o equilíbrio táctico, dando pouca liberdade ao restante conjunto. Se jogam com 3 elementos avançados (ex. 2 extremos e 1 avançado) deve-se dar muita liberdade a estes três porque as compensações vão ser efectuadas pelos jogadores mais recuados.
Temática do Passe - Nem sempre o uso é de senso comum...
Tipificações de passe? Em que consiste realmente o estilo ou forma de passe? Que definições se pretendem atingir quando se dá instruções de passe específico aos jogadores? Os treinadores de FM e em certo ponto na realidade, deparam-se sempre com o dilema do passe, que estratégia definir nas diferentes zonas do terreno, defesa, meio-campo e ataque. Que instruções dar a certo jogador...
Tudo gira à volta da estratégia que se pretende impor, e da conclusão que se quer fazer. Se se pretende englobar toda a táctica numa unificação de passe é bom verificar todos os jogadores que dela irão fazer parte, isto porque um jogador com passe inferior a 10 nunca vai conseguir ter boas notas a jogar em passe directo, porque além de não ter habilidade para o fazer invariavelmente vai dar a posse de bola ao oponente e aí criar debilidades construtivas e de organização. Depois de verificada a equipa deve-se pensar num todo, no sistema global da equipa e do jogo.
Para isso o FM é mestre em dar oportunidade e hipóteses de trial/error (tentativa / erro) onde cada treinador pode decidir que estilo adoptar em certa altura e em determinada situação. No FM existem 4 tipos de passe onde 3 (curto, directo e misto) podem ser adaptados e 1 é o que é (longo), ou seja, não pode ser alterado. O Passe curto é o passe típico de situações de controle onde a equipa deve jogar em comprimento curto para não deixar espaços no seu meio-campo e onde a defesa deve jogar mais alta, mais pressionante, para não criar vazios de terreno entre a zona de transição defesa-ataque. O Passe directo quer-se para situações de vantagem posicional, transições de contra-ataque e situações em que o oponente está a jogar em pressão alta. Cada estilo de passe tem as suas próprias características e cada um deve ser pensado e utilizado nas situações correctas. Muitos podem argumentar que uma equipa tanto faz jogar em passe directo ou em passe curto, jogam da mesma maneira.
Passe Curto - Deve ser usado em teoria no meio-campo onde se quer a bola controlada, com temporização lenta para o jogo ser pensado e comprimento curto para permitir que a zona de transição com mais risco (defesa-ataque) não sofra descompensações desmesuradas. É utilizado este tipo de passe em jogos em que o adversário pressiona só na sua defesa, e onde se pretende controlar os acontecimentos. O que não quer dizer que a equipa tenha mais posse. Porque apesar de controlar mais a bola pode dar a situação de jogo ao adversário para nas saídas com bola utilizar-se esse jogo pensado para criação de muitas oportunidades de ataque.
Passe Directo - Tipo de passe direccionado para o contra-ataque, diga-se o que se disser. Mark Vaughn (antigo guru de CM) dizia naquela altura, que uma equipa que quer aproveitar ao máximo o jogo de contra-ataque não pode dar instruções de jogo curto aos jogadores de meio-campo em prejuízo da definição de ataque. Com todas estas tipificações de jogo, fui aprendendo a utilizar da mesma forma essa ideia. Fui aperfeiçoando as instruções e descobri que a melhor forma de utilizar o passe directo é utilizá-lo em conjugação com a temporização rápida (para não permitir veleidades ao adversário) e com comprimento largo para permitir desmarcações sucessivas dos avançados e médios interiores. Nunca deve ser usado na defesa porque em mais de 80% dos casos um passe destes falhado nessa zona é oportunidade quase certa de golo para o adversário. Tudo isto em teoria apenas comprovado com a criação de tácticas que explorem essa temática, onde a táctica de ataque que criei na secção correcta se enquadra mesmo nesse pensamento. É irem ver e tiraram as vossas conclusões.
Passe Misto - Como se pode definir o passe misto? Simples e conciso. Deixar ao critério do jogador o tipo de passe a usar. Nem me vou alongar muito mais aqui porque odeio mesmo a questão de deixar ao jogador decidir que tipo de passe utilizar. Isto porque quem sofre com as derrotas é o treinador, quem é despedido é o treinador, portanto quem tem que decidir que estilo de passe usar é o treinador, e pronto!
Passe Longo - Tipo de passe típico dos centrais pouco tecnicistas, onde existe a preferências por mandar a bola para longe do que tentar controlar e errar em situação crítica. Por experiência pessoal, é exactamente este o tipo de passe que costumo dar aos meus defesas, tanto centrais como laterais, baseando esta minha opinião em jogos em que se tivesse usado este passe teria saído vencedor. Isto porque na zona defensiva, onde a técnica não abunda e se quer que a bola esteja o mais longe possível, deve-se utilizar o meio menos bonito mas mais eficiente de largar a bola que é o passe longo. Muitas vezes se um ou dois dos centrais tiverem bom passe, até podem criar lances de perigo, em contra-ataques que não são esperados pelo adversário. Mas como tudo, cada um tem a sua opinião, e eu também de vez em quando fujo à regra e prefiro dar passe curto aos laterais para desde cedo criarem situações de perigo, desde que devidamente compensados pela presença de um ou mais MDC de cobertura defensiva.
Tempo
Tempo, o que é o tempo? Dizem que o tempo tem mais olhos que barriga, isso não sei, mas sei o quão importante é a gestão do tempo numa equipa de futebol, a organização de espaços entre linhas, entre colunas de transição e entre marcações de posição e território. Uns perguntam-se para que serve a temporização numa táctica de futebol? Para que serve a temporização de jogo num esquema da equipa? Ui, deveras importante, actuando como principal actor na peça que é a construção de uma táctica eficiente e consistente. Mais do que isso, a temporização é a ligação térrea ao passe, uma ligação intrínseca que nunca pode ser separada em prejuízo do esquema táctico. Existem vários tipos de temporização de jogo, ou contemporização de posse, como por exemplo o lento, o normal e o rápido. Estes três são os editáveis no FM, e nunca podem ser alterados sem antes se olhar para o passe, isto porque quando um muda o outro deve seguir a mesma mudança.
Temporização Lenta - Estilo de jogo usado com passe curto onde se pretende a posse de bola, exerce-se a gestão física da equipa pois cada jogador irá passar a bola ao colega mais próximo e temporizará (pensará) a jogada o quanto puder. É um estilo menos ousado dirão muitos, nomeadamente pela obrigação de esperar pelos erros do adversário pelo tempo que se leva a criar uma jogada, etc... Tendo todos esses factores em conta, uma temporização lenta (com passe curto) serve para controlar a bola, dominar o aspecto de possessão, mas pode-se cair no exagero táctico, que é o de preferir passar, e contemporizar a criar situações de perigo. Ah! Muito importante, para tirarem partido ao máximo desta vertente temporal, a equipa deve ter um bom índice de passe e concentração para que quem controla a bola faça o que for certo. Também se deve contar com um elevado nível de trabalho de campo, porque um jogador indisciplinado e com pouca capacidade de trabalho não irá ajudar nada a equipa neste estilo de jogo, um pouco a exemplo do Roger, que sendo um génio técnico, sempre que se pede a posse e a temporização torna-se num jogador medianamente razoável.
Temporização Normal - Meio-termo temporal, onde a equipa se comede de fazer grandes investidas mas quando a oportunidade surge atacará freneticamente se necessário. É um estilo mais difícil de dominar porque engloba os dois estilos de jogo (directo e curto) e pede uma equipa capaz de jogar nesses dois capítulos. Muito difícil de dominar mas quando dominado é provavelmente o melhor estilo de jogo.
Temporização Rápida - Internamente ligada ao passe directo, pois o estilo rápido é um estilo de jogo onde se privilegia a rápida resolução de ataque, onde a equipa tende a passar o mais depressa possível para a frente de ataque. Um estilo muito, muito rápido que é costume ver-se na Premier League. Utiliza-se este tipo de jogo em situações de desvantagem (em que se quer o mais rapidamente marcar um golo) ou no início dos jogos, onde se quer o mais cedo possível avançar no marcador, para depois poder pausar o jogo. A equipa necessita de boa resistência e condição física porque senão não vão aguentar 90 minutos de jogo assim. Este estilo esquece as boas maneiras, e tenta o mais rapidamente possível chegar à baliza adversária e sempre que tem a posse de bola tenta avançar no terreno ao estilo do Rugby. A temporização rápida funciona exemplarmente com a estratégia de contra-ataque porque jogando contra um estilo curto de jogo pensado a equipa procura tirar vantagem de erros defensivos ou situações de vantagem numérica num determinado espaço do terreno de jogo.
Comprimento - Ou o que se faz com ele...
O que é o comprimento de uma equipa? Em que se baseia a sua extensão por todo o campo, ou a sua definição entre cada jogador, entre cada posição a ocupar no terreno de jogo? A noção de comprimento no FM é talvez a mais complicada de explicar porque não é palpável e tão pouco se pode definir num termo simples. Talvez pegando um pouco nas dimensões do campo, o comprimento de uma equipa baseia-se na disposição táctica e posicional que cada jogador adapta, podendo estar mais perto do seu colega de equipa (jogo curto) ou mais longe (jogo largo) dependendo da instrução que o treinador pretende introduzir. Seguidamente e torneando um pouco o estilo de apresentação irei, mostrar primeiro como se define o comprimento curto, depois o largo e finalmente o normal, e vão perceber porquê.
Comprimento Curto - É um estilo requerido normalmente em equipas que preferem o passe curto e temporização lenta, onde cada espaço é ocupado por um jogador que invariavelmente terá perto de si um companheiro a quem passar ou devolver a posse de bola. Utiliza-se mais em situações de controle e posse de bola onde o treinador pretende ter os espaços entre linhas muito fechados e não quer dar espaços de criação à equipa adversária. É costume nestes casos a equipa jogar com uma defesa alta (em certos casos a defesa em linha ajuda) para diminuir o espaço entre o meio-campo e a defesa. Isto porque com um comprimento curto, os laterais irão fazer um jogo mais central de mais entre-ajuda aos defesas centrais, e menos apuro ofensivo (com menos cruzamentos e jogadas pela linha). Os extremos irão também eles ser mais médios interiores (ao estilo de um Nedved) do que avançados, pois ajudarão muitas vezes a linha do meio campo a reter e controlar a bola em vez de seguirem com jogadas na linha que acabam normalmente em cruzamentos para os postes ou passes recuados para a captação e consequente remate. Os avançados funcionaram como lanternas no centro do terreno mais avançado e raramente utilizarão a linha para efectuar alguma jogada de ataque, preferindo as incursões de trás para a frente a imitar um falso número 10.
Comprimento Largo - Basicamente, para se utilizar da melhor forma o comprimento largo tem que se ter laterais e extremos com capacidade para dominar tanto o flanco esquerdo como o flanco direito da equipa. Devem ter passe, resistência, aceleração, cruzamentos e sem bola razoável para pelo menos poderem exercer alguma influência no decorrer do jogo, pois o comprimento largo apoia-se quase a 80% no jogo que se efectua pelas linhas, pelos extremos. Na frente do ataque deve-se ter avançados capazes de jogar a toda a extensão da linha atacante com grande capacidade física e de finalização para poderem trocar posições e correrem por toda a linha ajudando os extremos em toda a acção ofensiva. Tanto os médios centro (defensivos e ofensivos) como os defesas centrais, devem ter grande complacência física para aguentar as investidas do oponente e compensar as saídas dos laterais e extremos nas jogadas de ataque. O comprimento largo é utilizado frequentemente nas equipas da Premier League que jogam em passe directo, temporização rápida e foco no passe pelos flancos isto porque se aproveita ao máximo a velocidade e cadência de jogo para tirar partido das debilidades defensivas da equipa contrária. Teoricamente o comprimento largo faz com que os jogadores tenham mais espaço a seu redor para efectuar passes com de precisão e desmarcações mais rápidas acabando a equipa por ficar mais espalhada no terreno de jogo.
Comprimento Normal - E deixei este comprimento para o fim porquê? Ora bem, simplesmente porque o comprimento normal é um misto de largo e curto, onde a equipa se estende a toda a linha de campo mas se necessário fecha em bloco para não permitir grandes veleidades ao adversário. Usa-se quando se pretende um jogo mais centrado, mais focalizado na posse e no controlo de oportunidades de perigo, porque os jogadores quando puderem irão espalhar mais o jogo mas se for preciso também serão capazes de fechar as linhas e jogar mais perto dos colegas de equipa. Muito importante em alturas em que o oponente usa o contra-ataque como arma principal.
PRESSÃO - Pressionar ou não pressionar, eis a questão!
Pressão, do latino Pressione, grandeza física definida pelo quociente entre a força e a área da superfície onde essa força se exerce; Que aplicação no futebol e no nosso adorado jogo, FM? Uma das principais armas para bloquear equipas criativas? Simples maneira de apertar o adversário? Ou mais, muito mais? Quem não se lembra das famosas tácticas à Lá Mourinho que utilizavam a alta pressão para desde muito atrás começarem a criar jogadas de perigo e a ludibriar o adversário que era obrigado a jogar muito perto da sua área? Claro que num sistema perfeito, baseado em jogadores trabalhadores, com boa complacência física isto funciona a 100%, mas que fazer numa equipa feita de velhotes, jovens inexperientes e pó? Onde a maior parte do plantel tem um segundo trabalho ou simplesmente não tem jogadores que aguentem uma carga extrema de pressão durante 90 minutos ou mais? Para isso existe a definição de Pressão Baixa (própria área), Pressão Normal (No meio campo defensivo) e Pressão Alta (Todo o campo). Seguidamente vou dissecar os três estilos de pressão e como se devem utilizar tendo em conta todas as variáveis de jogo.
Pressão Baixa (ou na Própria Área) - Muitas equipas, principalmente as mais fracas de divisões inferiores dos seus países não têm nem podem ter jogadores que aguentem uma carga física tão intensa como é a aplicada num jogo de 90 minutos sempre a pressionar a toda a linha. Para essas equipas que têm jogadores com pouca capacidade de trabalho e resistência é quase impossível instruir a equipa para pressionar alto ou moderado durante os noventa minutos de jogo com prejuízo da condição física dos seus jogadores. Foi por isso que a pressão baixa se institui de certo modo em equipas mais fracas, onde os defesas jogando muito profundos devem pressionar em largura e não em comprimento, pois dão a impressão de pouco espaço aos avançados mas não caem tão naturalmente em situações de desvantagem. Nesta situação só se deve dar instruções de pressão alta a dois ou três jogadores da linha mais avançada para que na intermediária mais recuada a pressão baixa funcione na perfeição. Quando dizem aos vossos jogadores para pressionar baixo estão-lhes a comunicar que só pretendem que eles exerçam essa pressão na sua própria área, esperando que o adversário chegue mais perto para aí tentar bloquear o jogo. É bastante eficaz quando se joga com linha defensiva profunda porque não se criam tantas situações de desvantagem numérica aquando das subidas dos avançados contrários. Deve ser utilizada quando a outra equipa mudou o sistema para 2-3-5 ou está a meter mais do que 4 ou 5 homens no ataque, naquelas fases críticas de jogo onde tentam recuperar uma desvantagem no marcador.
Pressão Normal (ou na Sua Metade) - Muito semelhante à pressão baixa, em termos de bloquear e filtrar o jogo adversário mas que adquire contornos mais específicos na linha defensiva e nos médios mais recuados pois tendem a pressionar mais à frente, levando o jogo para o meio-campo defensivo/ofensivo. Gosto particularmente de utilizar a pressão normal nos MDC e MC mais recuados para que os médios contrários não tenham tanto espaço para criar jogadas já a partir do meio-campo tendo apenas atenção aos elementos mais criativos da equipa contrária que se encontrarem um jogador com pouca resistência vão certamente fintar e passar sem grande dificuldade criando logo aí uma situação de desvantagem. Esse tipo de pressão é particularmente ineficaz nos avançados porque não irão avançar tanto como se pretende, deixando os defesas e médios mais recuados do adversário jogar mais livremente no seu habitat de jogo.
Pressão Alta (ou a Todo o Campo) - A super pressão, o total bloqueio de linhas de passe e criação do adversário. Não esquecer que se se for jogar contra equipas muito criativas e instintivas é um handicap pedir a toda a equipa para pressionar alto porque se vão ver em várias situações de desvantagem, isto porque a equipa vai perder nos confrontos homem-a-homem e aí vai ter muitas dificuldades em segurar o jogo atacante do adversário. Para que uma equipa funcione em bloco e consiga pressionar alto com três ou quatro jogadores mais avançados (PLCs e Extremos) é necessária boa resistência e condição física, assim como capacidade de trabalho tanto individual como de equipa. Por ser uma pressão tão forte é natural que no início muitos jogadores não consigam efectuá-la a 100% mas com o decorrer do tempo vão adquirindo rotinas de jogo suficientes para isso.
Quando se define a pressão alta é o mesmo que dizer aos jogadores para pressionar o adversário em qualquer lado do campo, seja na sua área seja na área contrária, até o GR é pressionado a jogar a bola o mais rápido possível. Claro que se definirem pressão alta a toda a vossa equipa, na maior parte das jogadas de perigo e contra-ataque adversário a vossa equipa irá claudicar e sofrer muitos golos. Na minha opinião três ou no máximo quatro jogadores devem pressionar alto e os restantes devem pressionar mais baixo, tendo em conta o comprimento de jogo, o estilo de passe e a altura a que a defesa joga.
LINHA DEFENSIVA
Linha Recuada - Os defesas irão jogar muito atrás entre a linha da pequena e grande área para não permitirem situações de desvantagem numérica quando os atacantes adversários fazem uso da sua velocidade e aceleração.
Deve-se utilizar esta linha defensiva quando o adversário tem avançados e extremos muito rápidos e quando se usa uma pressão mais baixa e um comprimento curto para não deixar um vazio entre o meio-campo e a defesa.
Defesa Normal - A linha defensiva tenderá a manter a coesão táctica, jogando sobre a linha de área e deixando nalguns casos os laterais mais subidos para unir esse espaço com o MDC ou MC mais recuado.
É a chamada linha do contra-senso porque tanto em situação de ataque como de defesa da bola, os jogadores irão posicionar-se em bloco à frente do GR mais à frente da área permitindo menos espaços de transição aos atacantes adversários.
Defesa Alta - É a irmã bastarda da defesa em linha, porque para pôr a funcionar o esquema de fora-de-jogo tem que se jogar com a defesa alta, para não dar muito espaço de manobra aos avançados contrários. Muito útil também quando não se joga com MDC fixo ou defensivo onde os defesas vão jogar mais encostados à linha de meio-campo para nos contra-ataques do adversário tentarem deixar os avançados em fora-de-jogo.
Claro que para ela funcionar tens que ter defesas com pelo menos 14/15 de aceleração e velocidade ou mais se necessário porque corres o risco de deixar um atacante contrário seguir com a bola desde o seu meio-campo e criar uma jogada de um para um com o teu GR.
Onde em situação de ataque os defesas centrais recuarão um pouco mas na transição ataque/defesa a linha vai avançar quase até ao meio-campo. Muito cuidado com os avançados e extremos rápidos do adversário.
Bem pessoal e depois de muito escrever e escrever eis que dou por terminado este Manual Táctico, onde passei a pente fino quase todas as questões inerentes à táctica. Não me debrucei sobre perdas de tempo, desarme e marcação porque penso que aí é uma questão pessoal, em que cada um joga como mais lhe convém. Apenas deixo um reparo importante na questão do foco em passe pela zona central e flancos. Se utilizam extremos bem abertos e comprimento largo devem focar os passe pelos flancos, se utilizam um meio-campo combativo de pelo menos 3 MDC (MC) e utilizam comprimento curto, devem focar os passes pela intermediária central. Ah e não esquecer que caso tenham um PLC estilo Hugo Almeida(muito alto e possante) devem utilizar o jogador-alvo para que tanto os MAC como os extremos participem mais no ataque e em jogadas de perigo. Não percam a curto/médio prazo o meu Manual de Tácticas e Contra-Tácticas, elaborado a partir dos meus conhecimentos e de tudo o que aprendi ao longo dos anos com vários managers bem sucedidos.
TODOS OS CRÉDITOS DESSE ARTIGO DEVEM-SE AO SITE http://cmpt.ptgamers.com/
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário